sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Ensaio


Três publicações. Textos vagos e antigos. Apenas os publiquei para ver como ficavam graficamente expostos na rede. Gostei do resultado.
A partir de agora, a(s) (e)stórias:

Regresso - Parte I

Acordei mais cedo, como não era de costume. O mp3 ficara ligado. Tocava Echoes do Pink Floyd. Isso não significaria nada. Levantei, desliguei-o, fui até a cozinha, coloquei a água "para fever". Antes mesmo de escovar os dentes (não gosto da mistura menta e café) . A mistura resto de noite + começo de dia me interessa mais. Gosto de ficar pensando nas idiotices que, com certeza, agora eu não lembro, porém, mais tarde, com certeza, terei motivos para me arrepender.
A chama acendeu e eu, ainda nu, fiquei alí parado, olhando para o nada. De repente escuto a voz dela: "Amor, você está aí?". Puta que pariu, não lembro quem é. E se eu não lembro, ela não deve ser importante. Porque diabos, então, ela me chama de amor. Uma vagabunda. Como veio parar aqui? E por que não foi embora? Estou ficando velho e cansado.
Não tive coragem de voltar para o quarto. Não queria ver aquela mulher completamente mudada pelo processo (leia-se, bela, sexo, sono, amanhecer). Com certeza eu bebi demais. Com certeza ela não é mais bonita como era 4 horas atrás. Café, apenas café. Depois coragem e mandá-la embora. Ah! Hoje o dia será difícil, como todos têm sido. Por que o faço? Acho que gosto do estrago.
Vi as roupas da vagabunda no chão. Era um vestido azul. Eu adoro vestidos, porém geralmente seus conteúdos apenas pedem sexo e, depois, resultam em dor de cabeça. Vi as camisinhas no chão. Ainda bem. Entrei no quarto. Ela estava no banheiro. Senti nojo do perfume. Não quis tomar banho, muito menos escovar os dentes. Vesti o jeans e a camiseta, rapidamente. Escrevi dois bilhetes. O do papel verde era pra ela: "Adorei te conhecer! Você é uma delícia. Tenho que trabalhar. Deixe a chave em baixo do tapete quando sair. BeijomeLiga!". O do papel amarelo era para Maria: "Troque toda a roupa de cama e lave bem o banheiro, por favor. Deixe o almoço no microondas, até mais!".
Saí do apartamento. Elevador. Hall do prédio. O dia estava claríssimo. O céu sem nuvens. Senti um amargo na boca. Talvez, porque não escovei os dentes. Mais um dia. Acendi o cigarro e lembrei dos meus pais. Que saco! Não gosto de manhãs nostálgicas. Atravessei a rua, entrei no bar. "Dois Marlboros". Paguei e pedi uma dose de vodka. Bebi. Sentei. Fiquei olhando pelo bar para ver se reconhecia a vagabunda quando ela saísse do prédio. Não saiu. Voltar não seria uma boa opção, mas pareceu a única. Quanto mais tempo ela ficasse pior. Refleti: será que ela era uma puta e iria ficar até eu voltar, já que eu não deixei dinheiro? Ou pior: será que ela está fazendo a limpa no meu apartamento? Levar minha coleção de Pink Floyd? Puta que pariu, preciso voltar!

...

2 comentários:

Rodrigo Mota disse...

uhuahuahauhauahuahauahuah

Muito bom!!
Tem que ter continuação!

Anônimo disse...

você é um pervertido, um professor que fica escrevendo contos eróticos, você é repugnante